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Redação Vest

Recordes e alertas: O que Wall Street está te dizendo (e o que não está)

Wall Street atinge recordes, mas a tensão aumenta. Tarifas, inflação e mudanças em fundos indicam um otimismo mais frágil. O que está por trás das máximas históricas?

Recordes e alertas: O que Wall Street está te dizendo (e o que não está)

Wall Street viveu uma semana cheia de contrastes: enquanto o S&P 500 e o Nasdaq comemoravam novos recordes históricos, sinais de tensão começaram a aparecer nos bastidores.

A promessa da inteligência artificial e os bons resultados de algumas empresas continuam sustentando o mercado, mas o anúncio de novas tarifas comerciais, a rotação defensiva dos fundos e os dados de inflação que estão por vir deixaram um recado claro: o otimismo já não parece tão confortável quanto antes.

Recordes que pesam mais do que animam

O S&P 500 alcançou os 6.280 pontos e o Nasdaq ultrapassou os 20.600, mas o fechamento da sexta-feira contou outra história: o Dow Jones caiu 0,6% e o Russell 2000 recuou 1,3%, indicando que o entusiasmo está cada vez mais concentrado em poucos nomes.

A Tesla ganhou destaque ao anunciar a integração da tecnologia da xAI em seus produtos, enquanto a NVIDIA segue como pilar do rali, graças ao seu domínio no setor de semicondutores. Ainda assim, mesmo com essas altas, grandes fundos começaram a migrar para setores mais estáveis, como o de bens de consumo, sinalizando uma possível mudança de clima no mercado.

Tarifas à vista: o risco geopolítico está de volta

A tranquilidade das últimas semanas foi interrompida por um anúncio de Donald Trump: um novo pacote de tarifas de 30% a 50% sobre produtos da União Europeia, México, Canadá e Japão, com vigência prevista para 1º de agosto.

Apesar de o mercado não ter reagido com pânico, o recado foi claro: a política internacional voltou a ser uma ameaça real. Analistas alertam que possíveis retaliações comerciais podem atingir setores-chave como tecnologia e consumo.

Rotação silenciosa: menos bancos, mais defensivos

Os dados de fluxo de capital confirmam: os aportes em fundos de ações caíram de US$ 31,6 bilhões para apenas US$ 2,1 bilhões em uma semana. O que estão fazendo os investidores institucionais? Vendendo ações de bancos e comprando empresas de consumo básico, como forma de se proteger diante de possíveis turbulências.

Além disso, a queda do Russell 2000 —índice que costuma antecipar tendências do mercado— indica que o rali está perdendo amplitude. Isso é considerado um sinal de alerta porque, quando apenas poucas ações (geralmente as maiores) sustentam os ganhos do mercado, o risco de correção aumenta: basta que uma dessas líderes caia para que o índice como um todo sinta o impacto.

Surpresas positivas e apostas seletivas

Nem tudo foi incerteza. A Levi Strauss surpreendeu com uma alta de +11,3%, após divulgar resultados acima do esperado. O mesmo aconteceu com a Fastenal, que impulsionou o setor industrial. No mundo cripto, o Bitcoin rompeu a barreira dos US$ 120.000, impulsionado por maior interesse institucional.

Movimentos que mostram que ainda há apetite por risco, mas de forma muito mais seletiva.

O que vem por aí: a volta dos holofotes sobre o Fed

O dado mais aguardado da semana é o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de junho. A expectativa é de uma inflação anual de 2,7% e alta mensal de 0,3%. Se vier abaixo disso, pode reacender as apostas por um corte de juros em setembro. Se vier acima… o Fed pode se ver encurralado.

Além disso, começa a temporada de resultados do segundo trimestre, com balanços de gigantes como JPMorgan, Citigroup, Netflix e PepsiCo, que podem definir o tom do restante do mês.

Em resumo:

  • S&P 500 e Nasdaq bateram novos recordes, mas Dow e Russell 2000 recuaram.

  • Trump reacendeu o temor comercial com novas tarifas.

  • Fundos reduziram exposição a bancos e migraram para setores defensivos.

  • Levi’s e Fastenal surpreenderam com bons resultados.

  • Bitcoin ultrapassou os US$ 120.000.

  • Esta semana: inflação + balanços. Tudo pode mudar.


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Fontes: Bloomberg, Reuters Energy, CNBC Markets, ISM Manufacturing Report